FAHNING - BJJ

Olá pessoal!....

   Faz algumas semanas que não escrevo aqui na nossa Sexta das lutas...Peço mil desculpas...mas a correria do dia a dia e  falta de internet em algumas sextas-feiras me deixaram impossibilita, mas estou de volta, com força total para falar de algo que sou completamente apaixonada, as Lutas.

  Na vida lutamos para tudo, lutamos para nascer, para crescer, para ter um bom emprego, uma boa formação educacional e lutamos também porque amamos lutar. Acredito que seja parte do espirito de todo sonhador, lutar; pois sem a luta nenhum de seus sonhos seria alcançado. Mas afinal alguém já parou pra pensar o porquê que lutamos? ou porque você treina determinada modalidade de luta? ... e se tratando especificamente do Jiu-Jitsu: 

   Muitos afirmarão: - “ eu treino porque gosto.”.... – “eu treino porque é bom, porque me deixa feliz.”

   Mas e o porquê disso tudo. Por que te deixa feliz? ...Por que é bom?

   Nas minhas reflexões existenciais, me deparo constantemente com esses questionamentos, pois não enxergo minha vida sem o Jiu-Jitsu, esse esporte me transformou tanto, me deixou autoconfiante, com mais garra e determinação, me mostrou que eu posso sim conquistar tudo que pretendo, me fez enxergar toda coragem que não conseguia ver. Mas então porque eu treino Jiu-Jitsu? - Eu treino por sua filosofia, por sua mensagem, por técnicas, para lutar, por sua arte. Das mais belas artes já tive a graciosa oportunidade de contemplar, nenhuma me chamou mais atenção do que a arte corporal expressa numa luta, em alusão ao evento de Davi e Golias, ver a possibilidade de alguém mais fraco e sem grandes dotes, poder através de um arcabouço de técnicas e estratégias, sem utilizar força alguma, vencer um Golias, é a experiência mais fantástica que meus olhos de espectadora podem ver. Toda linguagem corporal, a tradução da batalha interna pela auto superação, por vencer não um adversário, mas a si próprio, é extraordinário.

  O que penso ser mais crucial ainda e de importância inestimável, é a percepção do outro, você notar que 1 sempre será 1, mas 2... 2 te faz grande. O entender que sozinho tu nuncas conseguirá nada, você precisa de uma equipe, de trabalhar em equipe, de um mestre. Mesmo que na competição só você tenha que subir ao tatame, mas ali nuncas estarás sozinho, você refletirá todos que te acompanham, treinam e apoiam no seu dia a dia. Ter essa humildade de reconhecer a importância de seus parceiros de treino em todas as suas conquistas é crucial para perceber que você não está sozinho, mesmo que pareça estar. Saber que cada derrota é uma luz para um novo aprendizado, pois como sempre falava para minha turma no projeto de jiu-jitsu na UESB, numa luta a gente nunca perde, quando a gente não vence a gente aprende. E sempre será assim, caindo, levantando e aprendendo com os tropeços. 

   Devemos entender que numa competição a batalha é mais interna do que contra qualquer poderoso adversário, como diz o filme Cinturão vermelho: “... Se você está controlado, você controla seu adversário...”. Aprender que na academia é local de aprendizado, lá não devemos lutar contra o outro, contra nosso colega, mas sim com o outro, lutar ao lado de nossos parceiros de treino, pois mesmo sempre ocorrendo momentos de competições internas, seremos sempre uma equipe e harmonia e humildade são cruciais para que todos se desenvolvam e todos brilhem. E perguntando-me novamente porque eu treino Jiu-Jitsu? – Penso que nunca terei uma resposta concreta e absoluta para dizer, são tantas coisas a falar, tantas emoções que rodeiam tal resposta, acredito que não caberia a uma ou talvez duas palavras responder a tal pertinência, mas em suma... Eu treino para me conhecer; para superar meus limites; para apoiar meus amigos de treino; para ser muito mais humilde; para ser muito mais humana; para ser uma grande artista, pois afinal todo jiujiteiro é um artista, tendo em vista a grande arte que nos movimenta a diariamente treinar; treino para traduzir essa linguagem corporal; treino para  transmitir a arte suave. Oss!! 

                                                     Ingrid Fahning

 E você ... Por que treina Jiu-Jitsu?